quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A Oposição dos Horrores


O Hospital Distrital de Faro foi construído para substituir o antigo Hospital da Santa Casa da Misericórdia, tendo aberto as suas portas a 4 de Dezembro de 1979.
Actualmente o Hospital de Faro serve uma população residente de cerca de 253 mil pessoas, podendo este valor populacional duplicar ou triplicar sazonalmente.

No passado dia 2 de Novembro, um grupo de 19 médicos apresentou a sua demissão como forma de protesto contra as condições a que estão sujeitos os pacientes que recorrem ao Serviço de Urgência no Hospital de Faro. Estes profissionais fundamentam a sua demissão nas condições degradantes em que se encontram os doentes nos corredores dos Serviços de Urgência e o risco de infecção hospitalar a que estão sujeitos devido à proximidade física entre si. Sublinham ainda estes profissionais que as macas estão dispostas em filas paralelas, “sem o mínimo de respeito pela pessoa humana, homens e mulheres, lado a lado, são despidos, higienizados, alimentados, medicados”.

Segundo divulgado pelos deputados do PS – Algarve, a construção do Hospital Central do Algarve arranca no 2.º semestre de 2009 para abrir as suas portas em 2012.
E até lá? Como ficamos? Que respostas nos dá o Governo Socialista? Que criticas se fazem ouvir dos lados da oposição?

Luis Filipe Menezes fala em “espírito construtivo”, defendendo-se que “oposição não é só falar mal”. Então o que é oposição? E a pertinência da pergunta deve-se ao facto do maior líder da oposição também não ter falado bem (entenda-se apresentar soluções). Ao que parece nem se pronunciou sobre o estado caótico vivido pelas Urgências do Hospital de Faro, não querendo dar “ênfase aos problemas” sob pena de “contribuir para os que estão contra o Turismo do Algarve façam campanha contra ele”. Talvez o que Menezes sugira é que tudo fique como está, pois quem cala consente, até ao dia em que as imagens que têm passados nas televisões portuguesas se espalhem pelos canais televisivos internacionais e assim o Governo se veja obrigado a tomar as necessárias providências.
E dizia eu que o pequenito (leia-se: Marques Mendes) não fazia oposição.

Mas Luis Filipe Menezes não se fica por aqui e depois de regressado da visita ao Hospital de Faro não hesita em desafiar o Governo a (imagine-se) adjudicar novo canal televisivo. É a oposição dos horrores.

Assistindo que estamos ao Hospital também ele dos horrores, e salvo as vozes do povo, eis que uma voz se levanta para pedir ao Ministro da Saúde celeridade no procedimento de construção do futuro Hospital Central, defendendo ainda a melhoria das condições de funcionamento do actual Hospital, o que passa pelo alargamento da zona das urgências, trata-se do Presidente José Apolinário.


MDB

1 comentário:

Evaristo disse...

Estamos a precisar de uma oposição à oposição. Se tivessemos um miudo que passa o tempo a dizer mentiras e a contradizer-se constantemente, provavelmente levava uns tabefes.
Mas a verdadeira reforma da saúde não devia ser na estrutura. Deviam começar pelo pessoal. Os médicos principalmente.
Basicamente, não são as "coisas" que funcionam mal neste país. São as pessoas. E as pessoas somos nós.