terça-feira, 18 de março de 2008

Assim vai o Tibete


O líder espiritual dos budistas tibetanos, aumentou o tom das críticas à repressão chinesa no Tibete. O vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1989 aproveitou o 49º aniversário de seu exílio na Índia e a proximidade dos Jogos para falar sobre "as enormes e inimagináveis violações dos direitos humanos cometidas pela China no Tibet".

O Dalai Lama, de 72 anos, fugiu com milhares de seguidores para a Índia há exactamente 49 anos, em 1959, depois da chegada ao Tibete das tropas comunistas de Mao Zedong para sufocar uma rebelião anti-chinesa. A China, que controla o Tibete desde 1950, aplicou uma política de sangrenta repressão aos partidários do líder, além de rejeita suas demandas.

O Dalai Lama afirmou esta terça-feira que abdicará da posição de líder espiritual dos tibetanos se o quadro de violência no Tibete ficar “fora de controlo”.

A garantia foi deixada pelo líder espiritual tibetano durante uma conferência de imprensa em Dharamsala, no Norte da Índia. “Se as coisas ficarem fora de controlo, então a minha única opção será demitir-me por completo”, afirmou o Dalai Lama.

As declarações do líder religioso surgem numa altura em que a China acentua o aparato militar junto ao Tibete. Camiões e colunas de operacionais militares em marcha foram captados pelas câmaras de televisão perto da fronteira com a região.

Pequim mantém-se irredutível na sua versão dos acontecimentos dos últimos dias, esforçando-se por assegurar que tem actuado com contenção. E assaca responsabilidades pela vaga de violência no Tibete ao Dalai Lama, a quem reserva o epíteto de “força negra”. Isso mesmo foi reiterado esta terça-feira pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que acusou o líder espiritual do Tibete de ter instigado os motins contra o poder central e de pretender fomentar a “sabotagem” dos Jogos Olímpicos de Pequim, previstos para Agosto deste ano.

O Governo chinês exige mesmo uma investigação internacional ao alegado envolvimento do Dalai Lama nos protestos de Lhasa contra a administração chinesa. Na resposta às acusações de Pequim, o líder espiritual garante não ter nada a ocultar:

“Investiguem exaustivamente. Se quiserem começar a investigar a partir daqui, são muito bem-vindos”.

Pequim limita a 16 o número de mortes provocadas pela repressão dos protestos. O Parlamento tibetano no exílio fala em centenas de mortos. A sublinhar as palavras do Dalai Lama, mais de dois mil tibetanos concentraram-se esta terça-feira em Siliguri, no nordeste da Índia, para uma das maiores manifestações dos últimos anos em defesa da independência do Tibete. Liderados por centenas de monges budistas, os manifestantes exigiram uma investigação das Nações Unidas à actuação das autoridades chinesas.


Perante este cenário pergunto-me: Qual o papel das Nações Unidas?

MDB

4 comentários:

é a vida disse...

não se precebe muito bem para onde esta humanidade caminha, mas dá para antecipar que em algumas acções e omissões está a enveredar para situações de gerra, fome, miséria, porque será tão difícil viver e deixar viver?

Beijos miga
TG

Anónimo disse...

Para quando um boicote aos Jogos Olímpicos? E já agora aos produtos "made in China" em geral...
Excepto os restaurantes, óbviamente. Também não precisamos de entrar em extremos.

Miguel

Anónimo disse...

Olha lá para a conversa, quando se trata de matar a fome...
bom vamos passar à frente
lol

Cleopatra disse...

O do costume. O papel das Nações Unidas é o do costume!