quinta-feira, 30 de março de 2006

Lei da Paridade

1/3 de Mulheres nas listas eleitorais

Desengane-se Montalvão Machado quando afirma que a lei da paridade "é um atestado de menoridade de que as mulheres não precisam", e que as mulheres não precisam de quotas, porque até já houve uma primeira-ministra.

Custa-me a crer que os comentários do ilustre senhor sejam efectivamente conscienciosos, e não os quero dissecar como irónicos, logo presumo que o que sucedeu foi uma distracção.

Não existe igualdade entre homens e mulheres, não existe essa igualdade em Portugal. As resistências à inclusão das mulheres nos cargos de decisão são profundas. Todos sabemos que não podemos deixar nas mãos do tempo a chegada das mulheres a cargos políticos e decisórios, porque de outra forma estariamos a dar força à discriminação que existe, e que é sentida no seio na nossa sociedade actual.

Não deveria ser imposto, por lei, a representatividade feminina nos órgãos de soberania, mas se não fosse a lei será que as mulheres poderiam votar?

Tem que haver uma maior participação cívica e política das mulheres, e tem que haver porque não faz sentido que assuntos ligados à mulher continuem a ser tratados, discutidos e votados por homens. Desta forma não se constrói uma sociedade onde se pretende a igualdade de género.
A igualdade de género tem que sair dos temas de debate e fazer parte da nossa realidade, nem que para isso tenham que se criar leis e quotas que obriguem os homens a dar voz às mulheres.
Existem em Portugal muitas mulheres com conhecimento e experiência nas mais diversas áreas, mas cujo anonimato continua a ser mantido por quem exerce o poder.
As mulheres não só estão sub-representadas, mas também mal representadas, seja no campo laboral, público e político.

Existe uma pressão social para que as mulheres sejam super-mulheres. A mulher se quer ser reconhecida tem que trabalhar muito mais que um homem, ou alguém acredita que uma mulher que trabalha 10 ou 12 horas seguidas, chega a casa, janta e vai descansar?
Não;
A mulher sai do trabalho, com o portátil na mão, passa pelo supermercado, faz o jantar, arruma a cozinha, deita os filhos e depois, ainda vai trabalhar mais um pouco.
Mas diz o outro "até já tivemos uma primeira ministra".

Pois é, até agora foi só uma, porque super-mulher só no cinema, e mesmo assim é a mulher do super-homem.

Resta-me dizer que o silenciamento da voz feminina no espaço público e político é resultado das difíceis condições de vida e de trabalho com que muitas mulheres se debatem, contudo não pode ser encarado como uma desculpa para o que não é mais do que falta de vontade política.
MDB

3 comentários:

Anónimo disse...

O radicalismo feminista voltou à carga...

Anónimo disse...

A foto está boa... Ok, o blog é promissor e a opinião sobre este artigo já a dei. Fico à espera de novos capítulos ;)

MST

GTL disse...

http://pt.wikipedia.org/

Paridade em física nuclear ou em mecânica quântica, é a propriedade de simetria de uma função de onda.

É a paridade que demonstra a característica do seu comportamento na troca de sinal das coordenadas espaciais que envolve.

Como o termo já deixa claro, existem duas paridades, a par e a ímpar.

A paridade par, é a de função de onda que troca de sinal quando o sinal das coordenadas espaciais é trocado.
A paridade ímpar, é a de função de onda que não troca de sinal quando o sinal das coordenadas espaciais é trocado.


Igualdade é a inexistência de diferenças entre dois elementos comparados, sejam objetos , indivíduos, idéias, conceitos ou quaisquer coisas que se comparem.

Especificamente em Política, o conceito de Igualdade descreve a ausência de diferenças de direitos e deveres entre os membros de uma sociedade. Em sua concepção clássica, a idéia de sociedade igualitária começou a ser cunhada durante o Iluminismo, para idealizar uma realidade em que não houvesse distinção jurídica entre nobreza, burguesia, clero e escravos . Mais recentemente, o conceito foi ampliado para incluir também a igualdade de direitos entre gêneros , classes, etnias, orientações sexuais etc..

Durante a Revolução Francesa , o termo igualdade compunha a palavra-de-ordem dos revolucionários, Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

No contexto da pós-modernidade , a idéia de igualdade tem sido gradualmente abandonada e preterida pela idéia de diversidade.

TG