sexta-feira, 16 de junho de 2006

A história de um dente... - Parte I

É claro que não é a história de um dente qualquer, mas sim a de um dente do siso!

Daqueles dentes que levamos a nossa adolescência a ouvir “se ainda não tens o dente do siso ainda não tens juízo!”.
Então angustiamos até os ter, porque somos jovens inocentes, e desesperamos depois de os ter, ou porque não nasceram bem ou porque não havia espaço na boca!
E vêm estes novos dentes cheios de força empurrar os outros desgraçados que já lá estão hà anos, logo com direitos de espaço adquiridos... (tipo funcionários públicos antigos, com as suas tarefas e os seus espaços bem definidos)
E então começa o desconforto, até que um dia se cria um abcesso, incha a cara toda, vamos às urgências.
Nas urgências o médico trata-nos do inchaço e diz-nos: “Agora só hà duas coisas a fazer, curar a infecção e depois retirar esse dente que nem sequer devia ter chegado a nascer.”

É então que eu me pergunto, se os dentes do siso não são necessários e até causadores de problemas maiores, porque é que os desgraçados nascem?


E assim eu fui no outro dia tirar o meu dente do siso, ao Hospital Distrital de Faro.
O doutor dentista tratou-me muito bem, mas previamente à extracção do dente do siso eu inocentemente perguntei-lhe:
“- Então doutor vai doer?”
Ao que ele me respondeu muito bem disposto:
“- A mim não!”

E eu que tenho um medo que me pelo, só de ver seringas, comecei a vê-lo preparar a seringa da anestesia todo bem disposto. Pensei mesmo mal da minha vida, eu ali de touca na cabeça, com a cara toda besuntada de betadine, tapada com um lençol verde, sem ter por onde fugir.
Então o doutor disse:
“- Agora não se pode mexer, abra a boca e se doer, mexa a mão por debaixo do lençol.”
O homem andou ali à volta uns minutos, espetou e apertou a seringa uma data de vezes, pediu-me para rezar, para o dente ser daqueles fáceis de tirar e depois tirou o dente de dentro da minha boca, apertado entre as mandíbulas do alicate! E disse:
“- Já está! Só é pena ter partido um pouco do outro dente... mas ele já estava muito mal tratado, tem de ir ao dentista, com alguma urgência tratar dele.”

O doutor passou-me os medicamentos, marcou a tirada do próximo dente do siso e voilá, já passaram três dias, que graças à medicação não me tem doído nada!

Ando como que a flutuar sobre os dias... os comprimidos dele são melhores que certos produtos que prometem o esquecimento de todos os problemas! Sinto-me como diz o ditado:
Os cães ladram e a caravana passa!

Fiquei com o dente de recordação e quando tirar o outro (lá para Setembro) vou fazer uns brincos com os dentes do juízo!
Vou lançar uma nova moda! eheheh!
Vamos ver se pega ;o)

TG

1 comentário:

Anónimo disse...

Ai miga,
até me doi a mim...

Quanto à classe médica, a máfia somos nós?!

lol